segunda-feira, 3 de outubro de 2016

primeira segunda-feira de outubro

hoje dói-me tudo, hoje choro a despedida de algo que terminei em mim. matei em mim. rasgo de mim. em simultâneo, assusta-me a frieza com que me sinto lidar com o que mirrou cá dentro. a minha postura hoje faz-me lembrar o rosto do meu pai quando estamos num funeral de alguém querido. ele chora por dentro, o semblante fica carregado, mas não se desfaz num pranto inconsolável. já não me sentia pedra, fria e dura, há muito tempo. já não me sentia esta mulher irascível há muito tempo. já não permitia que os meus instintos mais básicos me comandassem há muito tempo.

1 comentário:

Ana Catarina disse...

Meu amor... liberta essa culpa! às vezes essa frieza é necessária para lidarmos com certas situações e pessoas, para conseguirmos seguir em frente! E quando estivermos preparados lidarmos o a dor, organizar a cabeça...